quinta-feira, 10 de maio de 2012

Acho que me acostumei a mentir. Não gosto que saibam o que se passa em mim. Mais ou menos no fim do ano passado, me impus a censura de não escrever: se eu perdesse o hábito de ser sincera até comigo, seria mais fácil mentir para os outros. De fato. Estou voltando a escrever agora, faz uns dois meses no máximo... Quando me sentia muito pesada, escrevia uma nota no celular. Mas isso tudo anda explodindo em mim. Tenho feito produções chulas, como se eu tivesse desaprendido as palavras e, por vezes, me pergunto se isso não aconteceu. Talvez eu não saiba mais ser sincera.
Tenho erguido um muro em volta de mim. Tudo tem me ferido. Até quem merecia saber, hoje não sabe.
Eu não sei o que se passa em mim.
Perdi contato com pessoas que eu permitia ter contato comigo. Ando distante de pessoas importantes. E são poucas as pessoas importantes pra mim. Nesse momento, eu quero chorar. Estou sufocada. Morrendo por dentro e nem sei como descrever isso. Eu não queria mentir pra mim. Eu só queria não ter que mentir.
Não é que eu seja fria, agressiva, mal educada, masculina, antipática ou egoísta, mas eu preciso aparentar. Se alguém não te conhece, pode até te julgar, mas é diferente de te apontar os reais motivos de você ser um erro. Eu tenho querido morrer. Às vezes mais do que antes. Para meus pais, esse é meu melhor período emocional desde o ano de 2010. Eles acham que fizeram tudo tão certo... Tenho medo de decepcioná-los. Por mais bobo que seja, eu não sei ser minha prioridade. É difícil. Dói. Machuca. Fere.
Até onde eu sou capaz de ir?
Saí com o guri na terça-feira. Ele acariciou o meu rosto como quem tem um grande estima por algo. Aquilo me incomodou. Por diversas vezes, eu tentei fastar meus rosto sutilmente, mas chegou um momento que eu empurrei sua mão e mandei ele para. Mandei sem nenhuma delicadeza, sem tom brando. Aquilo estava me irritando profundamente. Não estou acostumada com carinhos. Não estou acostumada com a necessidade de ter alguém por perto, pois eu não tenho. E tudo isso me angustia tanto...
Eu preciso erguer mais uma parede? Quanto isso me custará? O que fazer?
As pelavras fogem até do meu pensamento.

Um comentário:

  1. Não sei que epoca da sua vida está. Mas, de uma velha, uma história. Durante muito tempo eu fui me anulando, esperando que um dia pudesse fazer o que bem entendesse. Não sei até onde isso é bom. Adiar decisões tem sua beleza, mas chega a hora de pagar por isso e o preço é amargo. Acho que já sentiu esse sabor.

    Se me permite, não erga paredes, derrube-as.

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